sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Justiça Poética

Martha Nussbaum (1995) em Poetic Justice procede a uma crítica social centrada na sociedade americana, mas válida para a sociedade liberal ocidental. O seu alvo preferencial é a racionalidade marcadamente utilitarista que tem vindo a dominar a razão de Estado nas diferentes esferas de deliberação.
A poética do mal social, Martha Nussbaum reconhece que falta um ingrediente essencial de humanidade na lógica racionalista dominante que pode ser denominado de visão poética do mundo. A intuição poética de artistas e escritores é a que melhor capta a essências das coisas, podemos ver no trabalho de enfermagem um contributo valioso para nos ensinar a olhar o mundo de modo mais verdadeiro.
Neste livro, o pensamento de Martha Nussbaum está investido de um dinamismo reformador que a leva da crítica do utilitarismo à proposta de uma alternativa viável para a racionalidade pública. Lança assim as bases do que poderia surgir como um novo iluminismo, em que a razão iluminada pela luz da imaginação poética seria capaz de um pensamento verdadeiro sobre o mundo e sobre a vida, propiciador de escolhas e decisões adequadas à construção da sociedade justa a que todos aspiramos. A literatura assume no projecto de reforma de M. N. um papel central em quanto meio privilegiado de fazer trabalhar a imaginação e de cultivar a humanidade. É a filosofia que fornece os fundamentos desse projecto e define o enfoque das estratégias a seguir.

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