terça-feira, 30 de setembro de 2008

Como dizia Platão


Na obra As Leis um dos discipulos dizia ao mestre"Parece-me que receias entrar nessas questões por causa da nossa ignorância." Ao que o mestre responde: "Muito mais recearia tratar com pessoas que tivessem estudado tais coisas, porém mal. No caso, não é a ignorância das multidões a mais perigosa, nem a mais temível, nem o maior dos males, mas estudar com métodos viciosos é um mal muito maior." (Leis 818s)

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Detalhes

"Pensar á aprender a ser livre, responsável e honrado. Pensar é esforço e inconformismo, para com o mundo e também para consigo mesmo. Pensar é duvidar e criticar, não de forma altiva ou presunçosamente, mas pelo desejo do bem comum. Pensar é ter o tempo de poder fazê-lo. Pensar não é repetir ou reproduzir. Pensar é activar o que de mais nobre há no ser humano, por que pensar também é sentir e intuir...penso, logo vivo. Viver é encontrar seu próprio caminho e evitar permanentemente a tentação do fácil. O fácil é não pensar."
Nora K.

domingo, 28 de setembro de 2008

Perspectivas


"In time of change, learners will inherit the earth, whilst the learned will find themselves beautifully equipped to deal with a world that no longer exists."


Hoffer

Perspectivas

"A journey of a thousand miles must begin with a single step"

Provérbio chinês

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Justiça Poética

Martha Nussbaum (1995) em Poetic Justice procede a uma crítica social centrada na sociedade americana, mas válida para a sociedade liberal ocidental. O seu alvo preferencial é a racionalidade marcadamente utilitarista que tem vindo a dominar a razão de Estado nas diferentes esferas de deliberação.
A poética do mal social, Martha Nussbaum reconhece que falta um ingrediente essencial de humanidade na lógica racionalista dominante que pode ser denominado de visão poética do mundo. A intuição poética de artistas e escritores é a que melhor capta a essências das coisas, podemos ver no trabalho de enfermagem um contributo valioso para nos ensinar a olhar o mundo de modo mais verdadeiro.
Neste livro, o pensamento de Martha Nussbaum está investido de um dinamismo reformador que a leva da crítica do utilitarismo à proposta de uma alternativa viável para a racionalidade pública. Lança assim as bases do que poderia surgir como um novo iluminismo, em que a razão iluminada pela luz da imaginação poética seria capaz de um pensamento verdadeiro sobre o mundo e sobre a vida, propiciador de escolhas e decisões adequadas à construção da sociedade justa a que todos aspiramos. A literatura assume no projecto de reforma de M. N. um papel central em quanto meio privilegiado de fazer trabalhar a imaginação e de cultivar a humanidade. É a filosofia que fornece os fundamentos desse projecto e define o enfoque das estratégias a seguir.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Palavras...

O Anjo que em meu redor passa e me espia
E cruel me combate, nesse dia
Veio sentar-se ao lado do meu leito
E embalou-me, cantando no seu peito.

Ele que indiferente olha e me escuta
Sofrer, ou que, feroz comigo luta,
Ele que me entregara a solidão,
Poisava a sua mão na minha mão.

E foi como se tudo se extinguisse,
como se o mundo se calasse,
E o meu ser liberto enfim florisse,
E um perfeito silêncio me embalasse.

Sophia de Mello Breyner

terça-feira, 16 de setembro de 2008

A Pedagogia do Bom Senso

Aqueles que não podem domesticar-se
"Já perguntaste a ti mesmo porque é que a raposa, capturada viva, definha e morre na prisão, sejam quais forem os cuidados e a ciência em oferecer-lhe o alimento específico? Por que razão o pardal também não suporta o cativeiro e qual o instinto - mais forte do que a necessidade de viver - impele algumas espécies a deixar-se morrer de fome, em vez de se acomodarem em cercados e grades?
Concluis filosoficamente: «Não vivem em jaulas...não podem domesticar-se!»
E pensaste que o mesmo sucedia com as crianças, pelo menos com essas - e a proporção é maior do que se julga - em que o treino ou o atavismo não conseguiram resignar à obediência e à passividade: ouvem sempre distraidamente as palavras pronunciadas e, olhar vago, fitam, para além das grades...da janela, o mundo livre de que mantêm sempre a nostalgia. Dizes: «Estão na lua...» Estão na realidade, na realidade da sua vida, e és tu que passas de lado, com o teu vacilante coto de vela.
Não fazem, propriamente, a greve da fome, e teríamos ainda de nos certificar de que certas perturbações ou certas epidemias não são consequência de uma perda de vitalidade de um organismo que já não está no seu elemento. Porém, a greve de fome intelectual, espiritual e moral é patente, embora inconsciente. Essas crianças sentiam uma curiosidade inextinguível fora da gaiola; dentro, já não têm fome. Acusas, em vão, a falta de vontade, a inteligência reduzida, uma distracção congénita de que os psicólogos e psiquiatras estudam as causas e os remédios.
Elas definham, muito simplesmente, como os animais capturados. Se nem sempre morrem - fisiológica e intelectualmente - não é decerto por falta de medidas de vigilância e de coerção da parte dos carcereiros, mas porque a escola, até esse dia, não pôde fechar-lhes os domínios e porque os pardais, encerrados uns instantes, se distraem de novo, logo que a sineta toca, na riqueza viva da grande experiência humana.
Claro, há o êxito dos que se «domesticaram». Será porém, mais espectacular do que o dos homens e mulheres que recusaram a prisão, mesmo dourada, e que na vida se revelaram lutadores em face dos elementos?
Então devemos deixá-los na selva da ignorância e renunciar a essa cultura nascida da Escola e que se recusam a aceitar?
O dilema está mal posto: entre o estado selvagem e o adestramento, existe, como intermediário, a criação de um clima, de uma atmosfera, normas de vida e trabalho em comum, uma educação que exclui a mentira e a manha e esse medo instintivo, essa insuportável obsessão doa animais selvagens e das crianças por verem fechar-se, por trás deles, as portas da luz e da liberdade."
Freinel, in "A Pedagogia do Bom Senso"

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

IX Seminário de Ética

Nunca é demais reforçar o que considero possuir absoluta qualidade, na demanda da excelência, pelo que relevo:

IX Seminário de Ética
dedicado ao tema
10 de DEONTOLOGIA PROFISSIONAL
60 ANOS DE DIREITOS HUMANOS
dia 26 de SETEMBRO de 2008
Grande Auditório da Faculdade de Ciências de Lisboa - Bloco C3 - Campo Grande

Temas fundamentais para quem é Enfermeiro e cuida de si, do Outro e do ambiente...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Detalhes

"Se não souber
para onde quer ir...
Corre o risco de se encontrar
em qualquer outro lugar!
(e sem sequer se dar conta
disso!)

R. Mager

Para cada dia...


A felicidade te mantém gentil

Os obstáculos te mantêm forte

As mágoas te mantêm humano

Os choques te mantêm humilde

Você é especial...


AD

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Primeiros passos...

Ensinar a aprender e aprender a ensinar ao longo da vida, é uma postura que me agrada, principalmente quando o caminho que escolhemos nos leva ao desbravar de novos conhecimentos e/ou ao redimensionamento dos conhecimentos que já possuímos.
E dando os primeiros passos, porque não, o acto educativo?
Em perspectiva, o acto educativo necessita de uma base sólida para a concretização da relação pedagógica, supondo a construção de comportamentos, um conjunto coerente de acções e de opções feitas para o educando. Educar, segundo Savater (2006) é crer na perfectibilidade humana, na capacidade inata de aprender e no desejo de saber que a anima, no haver coisas (símbolos, técnicas, valores, memórias, factos...) que podem ser sabidos e que merecem sê-lo, na possibilidade de nos podermos - nós, os homens - melhorar uns aos outros por intermédio do conhecimento. Daí poder ser preciso necessidade, impulso e adesão, de modo a desencadear o comportamento e a orientação, com a finalidade de fomentar o entusiasmo pela pesquisa autónoma e pelo domínio do seu próprio desenvolvimento.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Do gosto


"O bom gosto caracteriza o homem culto;

a imaginação, o homem que produz e

o equilíbrio emocional, o homem maduro."


Philip Youtz

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Perspectivas

A Justa Medida do Esforço do Prazer

Os sábios bem ensinam a nos precavermos contra a traição dos nossos apetites e a discernir entre os prazeres verdadeiros e integrais e os prazeres díspares e mesclados com mais trabalhos. Pois a maioria dos prazeres, dizem eles, excitam e abraçam para nos estrangular (...). E, se a dor de cabeça nos viesse antes da embriaguez, evitaríamos beber demais. Mas a volúpia, para nos enganar, caminha à frente e oculta-nos o seu séquito. Os livros são aprazíveis; mas, se por frequentá-los perdemos afinal a alegria e a saúde, que são as nossas melhores partes, abandonemo-los. Sou dos que julgam que o seu fruto não pode contrabalançar essa perda. Como os homens que há longo tempo se sentem enfraquecidos por alguma indisposição se entregam por fim à mercê da medicina e deixam que lhes estabeleça artificialmente certas regras de viver para não mais ultrapassá-las, assim também aquele que se isola, entediado e desgostoso da vida em comum, deve conformar esta às regras da razão, deve organizá-la e ordená-la com premeditação e reflexão.
Deve dizer adeus a toda a espécie de esforço, sob qualquer aparência que se apresente; e fugir em geral das paixões que impedem a tranquilidade do corpo e da alma, e escolher o caminho que for mais de acordo com o seu humor, Cada qual saiba escolher o caminho que lhe convém (Propércio). No governo do lar, no estudo, na caça e em qualquer outra actividade, é preciso avançar até aos últimos limites do prazer, e evitar embrenhar-se mais adiante, onde começa a entremear-se a fadiga. É preciso observar empenho e preocupação apenas na medida em que são necessários para nos mantermos alerta e para nos preservar dos incómodos que acarreta o outro extremo de uma ociosidade frouxa e entorpecida.
Michel de Montaigne, in "Ensaios"

Perspecivas

Aprenda a confiar desconfiando...

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Perspectivas

A Arte Engrandece a Vida

Também do ponto de vista pessoal a arte engrandece a vida. Propicia maior felicidade e mais rápido desgaste. Grava no semblante do seu servidor pistas de aventuras imaginárias e espirituais e provoca, com o tempo, mesmo mantendo uma vida exterior de calma enclausurada, em exacerbamento e um refinamento da sensibilidade, uma febre e exaustão de nervos como a vida plena de paixões e prazeres extravagantes dificilmente consegue apresentar.
Thomas Mann, in "Morte em Veneza"