sábado, 18 de outubro de 2008

Da educação

Não se pretendam liberalismos nem anarquia, a reunião das melhores teorias parece-me continuar a ser o melhor caminho. Há lugar para todos, ninguém precisa de atropelar ninguém.
A tradição e a pós modernidade são perfeitamente compatíveis. A cátedra ensina claramente a respeitar os eruditos e esses têm o verdadeiro dom de saber comunicar com todas os níveis. Entenda-se a hierarquia a ser respeitada e a respeitar, se somos todos iguais, também somos todos diferentes e, com educação e firmeza todos sabem ocupar o seu lugar na sociedade em que se encontram inseridos. Se por um lado se incentiva ao pensamento crítico e reflexivo também se permite a diferença, e esta é uma realidade encontrada em alguns dos nossos grandes professores e todos sabem quem são, reconhecidos e com a gentileza de acolherem e respeitarem visões diferentes. O aluno sente-se grato e acompanhado com uma "espécie" de amigo, num papel claro que respeita a proxémica e a assertividade. Resguardar a imagem faz parte do processo. Agradecer, também, na altura certa. Dá vontade de ir...de ser docente.
Mas será que só a palavra dos poderosos é que vale, entenda-se que não me refiro aos eruditos. O superior hierárquico tem sempre razão? Ou é sempre passível de se deixar passar? Serão intocáveis? Ao calar e perdoar é-se cúmplice, ao alertar é-se ameaçado e ao accionar os
mecanismos legais é-se delator? Viram-se as costas? Ou enfrenta-se? Ou espera-se uma vida inteira? E os parceiros de interacção? Não gostam de ser avaliados com imparcialidade. A aprendizagem da auto e hetero avaliação faz-se desde tenra idade. Também é preciso saber perder, mas é mais fácil arranjar alguém para sacrificar. Porque não? Em prol da utilidade de alguns. Porque não convém a verdade. É uma voz incómoda, mas séria, que impede alguém de vencer? Sejamos racionais. Quem está seguro das suas convicções não tem medo, mas cautela. A aceitação pelo grupo implica não sair de forma alguma da normalidade, seja ela boa ou má. Ai de quem se destacar, seja pelo conhecimento, pela certificação, pela experiência ou por outra coisa qualquer. Se sempre se fez assim, continua-se a fazer e ninguém se atreva a contradizer porque fica logo arrumado, impedido de fazer seja o que for. Mas não é por mal, é só e apenas para resguardar o território! Cada um tem de esperar silenciosamente pela sua vez, não chamar a atenção sobre si e dizer sempre que sim. É preciso inteligência emocional e intelectual. Mas muito mais saber viver em proveito próprio? Assim seja. O que vale num lado, não vale no outro.
As árvores morrem de pé, mas o ser humano não, não tem raízes e não se alcança o céu com as pernas, fiquemos na contemplação.
Triste? Não. Verdadeiro.

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