quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Passos simples

Quando se quer trabalhar em equipa
Quando todos se envolvem
Quando há diálogo
Quando há vontade de trabalhar
Quando se prescinde um pouco do tempo pessoal em prol do Outro...
Enfim, as coisas acontecem ou melhor ainda, as pessoas fazem acontecer!

Apenas e só porque vale a pena partilhar...um exemplo simples mas complexo, dependendo da perspectiva...
Para assinalar a Semana Mundial do Aleitamento Materno trabalharam em conjunto uma organização internacional, uma sub região de saúde, um departamento de saúde materno-infantil de um centro hospitalar, um departamento materno-infantil de uma escola de enfermagem (professores e alunos), as escolas da região (professores e alunos), empresas ligadas à temática, um centro comercial, a população, e que me perdoem os que foram esquecidos!
Em pormenor:
  • Teatro para a desconstrução de mitos e crenças sobre a amamentação - simples mas respeitador, catártico, eficiente e eficaz - de fundo, a imaginação e a criatividade dos enfermeiros.
  • Fantoches, filmes, histórias, desenhos para explicar a amamentação às crianças - de fundo a imaginação e a criatividade dos professores.

E muito mais haveria a acrescentar à Educação para a Saúde e dos recursos disponíveis, que afinal só dependem de cada um de nós e do trabalho em conjunto.

Mas que não se fique por aqui, que seja fundamentado, nas teóricas e nos filósofos:
Carper (1978) propõem o padrão de conhecimento estético, como a arte de enfermagem e, muito se tem escrito e investigado sobre o assunto, com nuances diversas ou um padrão não fosse constituído por uma composição, abrangente e integrador.
Nada fácil, contudo passível de tradução da subjectividade do conteúdo à objectividade.
E se a estética não é pacifica, a arte de enfermagem então é um verdadeiro desafio. As questões que têm sido levantadas ao longo dos tempos são polémicas, arte de enfermagem com filosofia de arte é árduo, com filosofia de ciência é árduo - fico-me apenas pela arte do humano pela arte do humano. Entenda-se como metáfora ou não, o ser humano enfermeiro vive em comunidade, em relação permanente com o Outro, é um ser de sentimento, de emoção, de afecto, de razão e o equilíbrio entre todos os componentes é uma arte ao serviço do Outro.
Paterson e Zderad (1988) propõem o cuidado dialógico, um cuidado humano, conciliador entre a ciência e a arte, pelo que conhecimentos de arte são uma mais valia na vida do quotidiano do enfermeiro e do Outro.
Aristóteles e a sua perspectiva sobre a mimesis e a catarsis, no teatro, no drama, na relação de si com o Outro. Kant e o juízo estético, o juízo do gosto.
Diria simplesmente - é preciso ter gosto e conversar sobre ele, para que seja passível de ser ampliado em contacto com o Outro e, não meramente uma preferência da nossa subjectividade.
Porque vale a pena, se interessar, mesmo que seja a poucos.

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